Para sorrir

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Peço-lhes desculpas pela ausência desse dias. Aconteceram muitas coisas durante esse tempo.

Ganhei uma bolsa na universidade em que estudo, num grupo tutorado chamado PET. É um grupo que desenvolve ensino, pesquisa e extensão. Somos, ao todo, 16 estudantes de letras de diferentes períodos numa sala apertada onde partilhamos horas doces e amargas. 


Nessa sala, algumas vezes, acontecem coisas curiosas - e sempre colocamos a culpa no espírito de Auta de Souza (coitada!) -, e para compartilhar isso com vcs, amigos leitores, o petiano Canniggia de Carvalho escreveu uma crônica de um momento hilário acontecido conosco, e que vcs poderão ler e comentar logo abaixo.





A menina entre os livros

Uma menina entre os livros. Não, não é nada poético, e nem poderia, afinal, trata-se de um leve acidente que aconteceu hoje à tarde com uma amiga, quando ela simplesmente fechou as portas de um armário, até então utilizável, após ter guardado alguma coisa de natureza desconhecida – pelo menos para mim. Estávamos todos nós, pesquisadores de um projeto de extensão da universidade da qual sou aluno, quando de repente um barulho que soava como madeira partindo ao meio tomou toda a atenção já meio dispersa no ambiente. Eis que a base do armário já mencionado parte-se fazendo com que o mesmo venha ao chão, melhor, quase venha ao chão, pois a verdade é que nesse instante me deparo com uma garota de estatura alta e aparentemente forte tentando segurá-lo. Sim, é a amiga de quem falei, e agora seu semblante oscilava num misto de medo e desespero, medo pois ainda havia a possibilidade do móvel, enfim, quebrar por completo e dessa vez por cima da pobre moça, e desespero porque ela estava ciente da primeira possibilidade. Nesse momento outra aluna – havia um pouco mais de dez pessoas na sala – já havia caído ao pé da mesa porque não conseguira parar de rir. É sério! Ela não conseguiu. Eu até ri um pouco mas também fui tomado pelo desespero que agora era coletivo, e nessa história de muitas pessoas se movimentando numa sala muito pequena nós quase finalizamos o serviço e derrubamos o resto. E a outra ainda rindo figurava sozinha num canto da parede, nesse instante ela estava em posição fetal com lágrimas nos olhos...

Engraçado foram os 5 segundos necessários para eu me dar conta do que estava acontecendo naquele pequeno grande vão. O mundo estava caindo, ou melhor, o armário, e esse ia se desfazendo que nem pó empilhado – a aluna que figurava se desfazia em bocas e risos fortes. Ainda! Passados os 5 segundos, não apenas eu, mas todos, corremos para ajudar a moça que já não agüentava sozinha o peso agora inútil daquilo que só tomava o espaço tão necessário para as mais de quinze pessoas que ali estavam diariamente. 

Corremos, pensamos rápido, e quase num reflexo: vamos tirar os livros e as outras coisas de dentro do armário. Lógico, isso era óbvio. Só acho que não tomamos os devidos cuidados porque, quando abri a porta, tudo desabou e em cima de mim, e eu só quis ajudar. Livros, CDs, bolsas... Bolsas? Enfim, tudo. O que ficou de resto tiramos, dessa vez, com alguma calma e algum zelo. Algumas pancadas, batidas, quedas... Problema resolvido. Será? O fato é que agora a sala estava... Estava... Na nossa tentativa de “salvar” o armário, não percebemos, mas colocamos tudo em todos os lugares, e de novo Livros, CDs, bolsas... E nos só queríamos ajudar. Incrível, mas o armário ainda ficou de pé, e nós, também de pé, começamos a resolver o problema que agora chamo de “problema nº 2”. Com a certeza de que se todos cooperassem seria pior, pois o lugar era realmente pequeno, alguns sentaram e outros começaram o trabalho de empilhar livros num lugar propício para isso. Outros contavam suas versões sobre o ocorrido, e outros trabalhavam em outra coisa.

Enfim, tudo no seu lugar. E agora percebo que o problema foi menor do que eu pensei. Os livros foram postos, o móvel continuou tomando espaço e nós fomos para a primeira aula. Eu acho até que eu sou o único que lembra do ocorrido, e nem precisava de um texto com pretensão a crônica para narrar o caso.


Canniggia de Carvalho 


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