Resenha: Em Busca de Um Final Feliz

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Livro: Em busca de um final feliz
Autora: Katherine Boo
Editora: Novo Conceito
Número de Paginas: 288

Sinopse: Em Busca de um Final Feliz, de Katherine Boo, é um livro brilhantemente escrito. Através de uma forte narrativa, descobrimos como é o dia a dia dos moradores de Annawadi, uma favela à sombra do elegante Aeroporto Internacional de Mumbai, na Índia. A história de seus habitantes nos faz rir e chorar, porque “o que é celebrado neste livro não é o que poderíamos chamar toscamente de ‘o encanto da lama’, mas a riqueza das pessoas que — para o bem e para o mal — compõem um tronco social que está cada vez mais presente no nosso mundo moderno”. (Zeca Camargo, em prefácio a esta edição).
O leitor vai se apaixonar por Sunil Sharma, o menino catador de lixo que quer ficar rico, por Manju, a moça mais bonita da favela, que quer ser professora, e até pela tresloucada Fátima, a Perna Só, que só quer um pouco de atenção. 

Resenha: Este é o primeiro livro de Katherine Boo, jornalista americana que passou um longo período na Índia fazendo uma pesquisa social nas favelas de Mumbai, mais precisamente na favela Annawadi, lugar escolhido para seu trabalho. Lá, ela acompanhou de perto os dramas vividos por seus personagens.

Localizada ao lado do aeroporto internacional de Mumbai, Annawadi é formada por três mil moradores, que em sua maioria ganham o sustento da família coletando lixo. Ao se verem também diante de tantas situações precárias, muitas crianças se incluem nessa lista de catadores, deixando de lado os estudos, ainda que de baixa qualidade, pelo trabalho pouco lucrativo feito minunciosamente.

Esse livro traz uma narrativa brilhante sobre a vivência dos annwindianos que lidam dia após dia com injustiça, corrupção, assassinatos e diferenças religiosas entre mulçumanos e hindus que dividem o mesmo espaço.

“O que estava acontecendo em Mumbai estava acontecendo em outros lugares também. Em uma era de capitalismo de mercado global, as esperanças e queixas eram universalmente concebidas, o que levava a uma situação difícil comum a todos. Os pobres não se união, competiam entre si por lucros tão escassos quanto breves. E esta luta na cidade baixa era apenas uma marola no contexto da sociedade como um todo.” (pág. 268)

Esse é um livro maravilhoso, que trás histórias reais, com pessoas reais, em situações reais de sobrevivência. É triste, mas me acalmou pensar que, apesar de enfrentarem todos os dias as injustiças daquela região, algumas daquelas pessoas sempre estiveram e ainda buscam um final feliz.

“O pai de Abdul tinha desenvolvido um hábito irritante de falar sobre o futuro como se fosse um ônibus:
− Está passando rápido e você pensa que vai perdê-lo, mas então você diz espere, talvez eu não vá perdê-lo, só tenho que correr mais rápido do que eu já corria antes”. Só que agora estamos todos cansados e humilhados, portanto, quão rápido podemos realmente correr? Você tenta pegá-lo mesmo quando você sabe que não vai alcançá-lo, quando talvez fosse melhor deixá-lo ir embora...
Abdul não queria fazer parte dessa loucura. Felizmente rinha trabalho correto para fazer. De manhã bem cedo ele começava, humildemente, conversando  com os supervisores nas grandes favelas industrias.
− Alguma coisa para levar para os catadores?” (Pág. 27)
 

Beijos e até a próxima.


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